terça-feira, 21 de junho de 2016

Apocalíptico!


Um sismólogo e um sismógrafo.
Escreve o jornal Público:


Fica-se na dúvida sobre se o senhor Raffaele era sismólogo apenas, ou se também possuía faculdades de previsão. É que os meios científicos, que se saiba, não permitem prever sismos com tanta exactidão e antecedência.

Um leitor comenta assim a notícia:


Ant.º Silva Lopes , Sesimbra. 11.05.2011 11:14
As bruxas e os adivinhos ficam.

«Milhares sairem de Roma é uma prova definitiva do infantilismo, credulidade e superstição, de uma certa debilidade mental que atravessa a nossa sociedade ocidental - pobres, remediados e ricos - presa ainda a crenças rústicas e arcaizantes, como a adivinhação, a profecia, o espiritismo, e sujeita ao pernicioso tráfico de toda a espécie de burlões e de falsários, que parasitam a ignorância e a falta de instrução (um mal do nosso tempo) e sobretudo o medo atávico do desconhecido, do meio ambiente natural (um instinto primário de conservação, imemorial). Só isto explica que milhares saiam de Roma e as bruxas e os adivinhos fiquem.»
Está claramente equivocado, o senhor Silva Lopes. O Espiritismo é exactamente o oposto da crendice e da superstição, pois defende a fé raciocinada, o primado da razão e da Ciência, e a compatibilidade entre a Ciência e a Religião.
O Espiritismo é um movimento humanista, voluntário, sem quaisquer fins lucrativos, que defende a existência de Deus, a imortalidade da alma, a lei de causa-efeito e a pluralidade dos mundos habitados.
O Espiritismo é Cultura.

As profecias do Fim do Mundo são do âmbito das religiões tradicionais, cujas escatologias defendem cenários como este, que o digno Pastor Adelino de Sousa, da Assembleia de Deus, expressivamente divulga (crenças, aliás, absolutamente respeitáveis, mas que não são as nossas).

Convidamos o leitor do Público a ler os artigos que temos postado neste blog sob a etiqueta "Fim do Mundo".

Apocalipse de sábado de manhã



Juízo Final, o Fim dos Tempos, o Fim do Mundo. A última vez que assistimos a uma febre destas foi no ano de 1999, que antecedia a data redonda do ano 2000, preferido da ficção científica. Agora é o Dezembro de 2012 que se anuncia como nova data da Grande Desgraça.
Um final desta Era sob a forma de um Apocalipse terrífico ao som de trombetas, não é a visão espírita das Escrituras Bíblicas, mas escusado será dizer que respeitamos inteiramente tais opiniões.

Para a Doutrina Espírita, o fim está próximo, certamente. O fim de um mundo em que o egoísmo ainda domina. A Terra já foi um mundo primitivo, totalmente regido pela lei do mais forte. As épocas sombrias de poder despótico, de brutalidade, foram dando lugar a novos tempos de raciocínio cada vez mais livre, de liberdade individual cada vez maior, de bem-estar, ciência, tecnologia, cultura e justiça. Sem datas marcadas, a Terra continuará naturalmente a evoluir, com percalços e sofrimentos, como acontece em todas as crises de crescimento.

No sábado de manhã saí a passear ao campo. Estava um dia maravilhoso e Primavera mostrava-se no seu esplendor. O ritmo da vida mais calmo, as pessoas mais sossegadas, trabalhando e fazendo o que gostam. Uma sensação de paz. É assim que imagino a atmosfera dos dias que aí vêm.

Quando cheguei a casa, curiosamente, tinha mais uma delegação da Inquisição porta-a-porta, que vinha trazer-me, como aquele característico sorriso, mais um ultimato à conversão forçada, sob pena de passar a Eternidade no Inferno, e desde logo não "subir", quando, segundo eles, acontecer isto:

Sempre que me ameaçam com estes apocalipses, respondo que o melhor é a gente esperar para ver. Afinal de contas, o famoso Dezembro de 2012 está quase aí, e acima de tudo, aos sábados de manhã falta-me um bocadinho a paciência para filmes de terror.


POST-SCRIPTUM: Veio o fatídico Dezembro de 2012 e nada aconteceu. Que surpresa...