segunda-feira, 7 de novembro de 2016

10 Anos Heróicos



Nos Estatutos da Federação Espírita Portuguesa, ficaram consagrados como meios a empregar para atingir as finalidades de união, estudo e cultura moral:

- "Cursos de ciências psíquicas, metapsíquicas, para psíquicas e paleotécnicas".

- "Bibliotecas, museus e laboratórios de investigações metapsíquicas e espiritistas.
 
- "Publicações de cultura moral e social, e uma revista, órgão oficial da Federação".

- Organização e regulamentação de "grupos experimentais, para desenvolvimento das diversas mediunidades e das faculdades metapsíquicas latentes dos seus associados, que assim o desejarem".

-
Cooperação com todos os empreendimentos humanitários que pugnassem por causas como por exemplo o combate à pena de morte, ao alcoolismo, as guerras, aos maus tratos aos animais.

Deste elenco de fins e de meios se pode avaliar da nobreza dos valores que orientaram estes pioneiros. É ainda António Joaquim Freire, que na sua obra "Da evolução do Espiritismo", edição da F.E.P., a par com o relato de muitos obstáculos e canseiras, afirma:


"A opinião pública do nosso País acabou por compreender que o Espiritismo, no seu duplo significado - científico e cristão - é a nova Ciência da alma humana, numa moderna orientação positiva, animado da nobre e progressiva missão de regenerar e espiritualizar a Humanidade por novos métodos e processos que, embora radiquem no sentimento humano, têm de florir e frutificar na sua inteligência, conduta e acção. É um luminoso e radiante Mundo, contendo novos Mundos, que se abrem para todos aqueles que queiram estudar e meditar sobre os complexos problemas da existência e do Destino à luz do Espiritismo."


Foram anos de expansão da Doutrina Espírita e dos novos horizontes que ela desvenda, os que decorreram de 1925 a 1935. Foi intensa a divulgação por meio de palestras, folhetos e folhas soltas. Vicejaram as revistas espíritas, sendo que a "Revista de Espiritismo" e o "Mensageiro Espírita" eram publicadas pela própria Federação, e passavam as fronteiras de Portugal Continental, Insular e Ultramarino, suscitando interesse em países como Espanha e Brasil.

Nomes consagrados mundialmente, e adeptos do Espiritismo, passaram a publicar artigos no órgão oficial da FEP, contando-se entre estes Oliver Lodge, Conan-Doyle, Ernesto Bozzano, André Ripert, Henri Azam, Andry-Burgeois, Quintin Lopez, Jacinto Benavente e Ernest W. Oaten.


Livros espíritas publicados nessa época, também foram muitos, assinados por nomes como Maria O'Neill, Amélia Cardia, Viriato Zeferino Passaláqua, Arnaldo Costa cabral de Quadros, Alberto Zagalo Fernandes, João Antunes, Souza Couto, Francisco Alves, Fernando da Cruz Ferreira, J. J. da Costa Braga, José de Oliveira Rebordão, Maria Veleda, José Pereira de Lima.

Nas revistas espíritas da época, os colaboradores são em número incontável...

Embora não seja importante para o Espiritismo os títulos académicos e a cultura de cada um, é interessante verificar-se que o movimento espírita português desta época reunia intelectos brilhantes, e pessoas que, embora detendo cargos de grande exposição pública, não abdicavam das suas convicções espíritas.


Os esforços de divulgação, no Espiritismo, apresentam sempre a dificuldade acrescida de este ser uma movimento cultural totalmente voluntário. Ou seja: os espíritas têm as suas profissões e dedicam-se gratuitamente à prática e divulgação do Espiritismo. Por isso, todas as palestras, escritos, cursos e demais actividades, são fruto do labor dos espíritas nas suas horas vagas, e os custos saem do seu bolso.

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