segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Sobre a Fundação da Federação Espírita Portuguesa

 
 
Vale a pena continuarmos a citar António Joaquim Freire, a propósito de uma mensagem aos espíritas portugueses dando conta dos trabalhos que envolveram a criação da Federação Espírita Portuguesa, em 1926:

"Num país em que se cultivam como plantas de estufa a maledicência e a intriga, deturpando as melhores intenções ao sabor de invejas e emulações inconfessáveis, atascando de vis suspeições as mais nobres atitudes, é extremamente difícil impor à consideração e respeito públicos uma colectividade, muito embora constituída por elementos representativos os mais bem seleccionados."

A. J. Freire prossegue, considerando o leque de fundadores e o entusiasmo dos espíritas portugueses, muito auspicioso, e mesmo sem paralelo no movimento espírita internacional.

Mesmo "o circunspecto diário católico de Lisboa, A Época", se bem que adversário confesso do Espiritismo, não hesitou em, prestar "leal e cavalheiresca homenagm aos valores intelectuais e morais dos Corpos Dirigentes da Federação Espírita Portuguesa", na sua edição de 8 de Agosto de 1926.

Interessante e inspirador é também o facto de alguns membros da Sociedade Teosófica Portuguesa fazerem parte do Conselho Superior Deliberativo da F.E.P.. Freire aponta, propósito, os exemplos do estrangeiro, de cooperação entre correntes neo-espiritualistas hermetistas, rosacruzes, teósofos, martinistas e espíritas, "sob o laço comum do cristianismo integral".

"Cooperação não é fusão" - advertia Freire, que também lembrava que a verdade integral nunca será apanágio de ninguém. A F.E.P., desde a sua origem, repeliu todo o espírito sectário, e promoveu a união entre todos e a tolerância para com todas as crenças e formas de pensar.

Nos seus Estatutos, definia-se como associação federativa de carácter científico e moral.

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