
Casualmente sentámo-nos à mesma mesa, para almoçar. Quatro companheiros
de trabalho. Casualmente a conversa foi parar à imortalidade da alma e a todas as questões que lhe estão associadas.
Casualmente sentaram-se à mesa um ateu, um agnóstico, um religioso e um espírita.
A conversa decorreu com a maior cordialidade, sem ninguém querer impor as suas convicções.
O ateu baseava a sua opção pela escassez de evidências científicas.
O religioso opinava que a imortalidade da alma é do domínio exclusivo da religião.
O espírita (que era eu) considerava que as descobertas científicas enaltecem a grandeza da Criação Divina.
O agnóstico, coerentemente, declarou não ter bases para crer ou deixar de crer.
Contudo, deu-nos uma imagem assaz interessante. Comparou a evolução do Conhecimento humano a uma pirâmide. Cada aresta da pirâmide representa uma opinião, uma visão do mundo, um indivíduo, um grupo de indivíduos. À medida que evoluem, que "sobem", as arestas aproximam-se, até que se unem, no vértice.
Também nós quatro, como arestas de uma pirâmide quadrangular, experimentámos ali uma aproximação que não é comum, graças a essa imagem tão sugestiva e sábia.
Quererá isto dizer que existem várias verdades? Será uma apologia do relativismo? Nem por isso. A analogia da pirâmide chama-nos a atenção para que a complexidade do mundo ultrapassa muito os nossos conhecimentos actuais, e para que a nossa visão do mundo depende muito do ponto de vista em que nos colocamos, das nossas experiência pessoais e das nossas influências.
No mínimo, esta analogia apela à tolerância. Não há motivo para que as pessoas se exaltem, como muitas vezes acontece, por causa de diferenças de ponto de vista. Humildade e respeito devem estar sempre presentes nas relações humanas.
21.7.08
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