sexta-feira, 13 de maio de 2016

Resoluções de Ano Novo


AS LISTAS

Antes de começar, permitam-se o aviso prévio de que não sou nenhuma autoridade em Psicologia, auto-ajuda ou coisa do género. Estas linhas são singela partilha de experiências, sem outra pretensão que não a de uma conversa de amigos.

Hoje é Dia de Reis, estamos no início do ano, e muitos de nós estão a tomar as famosas resoluções de Ano Novo. Cada virar de página do calendário anual encerra esperanças de realização pessoal, de paz interior, de saúde, de harmonia, e as listas de intenções são a mais viva expressão dessa vontade de evoluir. O problema é que raramente resultam...

E falo por mim, que não poucas vezes alinhavei na minha lista o «Deixar de fumar», «Perder peso», «Deixar de beber» - este nunca foi um problema, mas o famoso beber socialmente era um hábito de que ambicionava livrar-me.  E quem diz estas, diz outras boas intenções, as tais de que se diz estar o Inferno cheio.

FALHANÇO E SUCESSO

A luta hora a hora contra o desejo de puxar por mais um cigarro, esgotava-me. O espreitar constante da balança, na esperança de um número encorajador, exasperava-me. Numa saída à noite, a cerveja que espreitava, convidativa, tentava-me. E acabava por ceder a todas.

Quando  desisti de vez dessas disciplinas rigorosas que não conseguia cumprir, eliminei um problema da minha vida. E voltei a ter paz de espírito e motivação para actividades saudáveis de que andava um tanto afastado. Correr, escalar, mergulhar, sem a sombra negra dos maus hábitos e da disciplina forçada. E quando dei por mim, estava a aumentar os furos no cinto, o cigarro apetecia-me cada vez menos e trocava de bom grado a cerveja pela água.

E fez-se luz: não é a disciplina que nos faz eliminar os maus hábitos; são os bons hábitos que naturalmente tomam o lugar dos maus. E onde havia disciplina forçada de abstinência disto e daquilo, passou a haver disciplina espontânea para as coisas agradáveis.

APLICAÇÃO

Então, segundo a minha experiência, vale mais seleccionar algumas actividades saudáveis e agradáveis do que enumerar aquelas de que penosamente nos queremos livrar. Se vemos demasiada TV, ao invés de simplesmente anotarmos «Ver menos TV», vale mais apontarmos para «Passear a pé», «Ler», «Aprender a tocar viola», etc..

Tenhamos presente que todos nós temos muito mérito por levar a bom termo as nossas tarefas diárias no trabalho, na família, nos trabalhos domésticos, na Sociedade ainda tão cheia de imperfeições, que são de todos e cada um de nós. Não cedamos, jamais, ao sentimento de culpa. Tentar é que conta, e quem não consegue hoje, conseguirá amanhã, com a ajuda de Deus.

E EM TERMOS ESPIRITUAIS?

Na vida espiritual, passa-se exactamente o mesmo. Não somos seres materiais com um Espírito «dentro». Somos Espíritos temporariamente numa armadura material. A oração espontânea, o pedir, louvar e agradecer, feitos hábito natural do dia-a-dia, são fortificante espiritual tão importante como são para o corpo a alimentação, o exercício, o sol e o repouso.

Estudar Espiritismo (ou a doutrina ou religião de cada um), torna-se um alimento da alma e um prazer diário. E pôr em prática o que se estuda, começa a ser cada vez mais um hábito, uma segunda natureza:

Partilhar, ser grato, perdoar, colaborar, ouvir, amparar, a dada altura são actividades que nos sabem e fazem tão bem como levantar cedo, comer equilibradamente, respirar ar puro, passear a pé.

Um 2013 de saúde física e espiritual é o que vos desejo!


6.1.2013

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