
O deus egípcio Seth, cujo vermelho fazia lembrar o calor abrasador do deserto, foi protagonista de um dos primeiros mitos de combate conhecidos. Num mundo politeísta como o egípcio, nenhuma divindade era exclusivamente má. Os deuses tinham cada um a sua maneira de ser, e as disputas entre eles bastavam para explicar as catástrofes, grandes e pequenas, que sempre assolaram a Humanidade.
A ideia de deuses envolvidos em perpétuas tropelias dispensava a existência de um super poderoso ser exclusivamente dedicado ao Mal. Contudo, a ideia de um Deus Único trouxe consigo uma grave questão: de onde vem o Mal?
De facto, é difícil aceitar as secas, as fomes, as doenças, os sofrimentos físicos e morais de toda a ordem como obra de um Deus Todo-Poderoso!
- Se existe um Deus, e se este é Todo-Poderoso, porque permite tanto sofrimento?
As respostas a esta pergunta variam, e conduzem muita gente para a incredulidade. As religiões monoteístas têm atribuído ao Diabo, ou aos Diabos, toda a culpa do sofrimento humano.
Inevitavelmente é-se levado a questionar como podem existir criaturas capazes de desafiar o poder Divino. A explicação comum é que se trata de antigos anjos, caídos em desgraça e excluídos do Céu.
Não é uma explicação que satisfaça a Razão, pois é inconcebível que seres a que foi dado o privilégio de privar com o Altíssimo possam ter-se tornado nas mais pérfidas criaturas que existem. Nem é concebível que Deus, como o concebe o monoteísmo, possa admitir a existência de rivais e inimigos que lhE estraguem os planos!
Inevitavelmente é-se levado a questionar como podem existir criaturas capazes de desafiar o poder Divino. A explicação comum é que se trata de antigos anjos, caídos em desgraça e excluídos do Céu.
Não é uma explicação que satisfaça a Razão, pois é inconcebível que seres a que foi dado o privilégio de privar com o Altíssimo possam ter-se tornado nas mais pérfidas criaturas que existem. Nem é concebível que Deus, como o concebe o monoteísmo, possa admitir a existência de rivais e inimigos que lhE estraguem os planos!
Hoje em dia, as Igrejas Cristãs mais moderadas tendem a relativizar a figura e o conceito de "Diabo", não sendo raro encontrar-se sacerdotes que o consideram uma figura mítica. No entanto, em cultos sectários mais radicais, a figura do Diabo tende a ocupar um espaço maior do que a do próprio Deus. Nessas agremiações salvacionistas é imperioso passar-se a ideia de que quem não está dentro delas está em risco absoluto de cair nos infernos! É o "papão", de novo.
E por essas e outras, acaba por sofrer a ideia de Deus Único, Infinitamente Justo e Bom, prejudicada por essas visões infantilizadas, maniqueístas, irracionais, impregnadas de um profundo ódio ao que é diferente, e por isso mesmo alegadamente estará "fora da graça de Deus".
É difícil para alguém de bom-senso aceitar a existência real dos diabos, réplicas do Seth egípcio. Hoje em dia, os diabos não assustam ninguém, como exemplifica a claque de futebol dos Diabos Vermelhos.
25.8.08
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