sexta-feira, 13 de maio de 2016

Sobre as Nossas Cabeças...



O dia escolhido foi Domingo, 25 de Outubro. O local foi o Centro de Cultura Espírita, em Caldas da Rainha. De Lisboa, vieram o Carlos Ferreira e o Antero Ricardo, do Centro Espírita Perdão e Caridade, para apresentarem o seminário “Pluralidade dos Mundos Habitados - Descobre o Teu Universo!”. Os participantes vieram de vários locais, tendo havido os que se afoitaram a vir de Viseu e de Portimão.

Dos pilares da filosofia espírita (Deus, imortalidade da alma, comunicabilidade dos Espíritos, reencarnação e pluralidade dos mundos habitados), não erraremos muito se dissermos que o último é o de que habitualmente menos se fala. A carga de trabalhos com que nos deparamos aqui na Terra já é de tal monta, que poucas vezes olhamos para os céus que se estendem por sobre as nossas cabeças. O estudo do Universo afigura-se-nos, ainda por cima, disciplina demasiado árida e técnica, só ao alcance de especialistas. Eis porque a pluralidade dos mundos habitados é parente pobre nos estudos espíritas. E, no entanto, quantas maravilhas esse estudo encerra… Se nos maravilhamos com a obra de Deus que os nossos olhos abarcam, a obra que os potentes telescópios desvendam não é menos admirável. Foi isso que o Carlos e o Antero vieram demonstrar, com paixão e mestria.

Saberão os nossos leitores qual a dimensão do nosso Sol, comparado com a do nosso pequeno planeta? É a de uma bola de futebol para uma esfera de 2 milímetros de diâmetro. As distâncias, ao nível do sistema solar, são já difíceis de entender: o planeta Mercúrio, o mais próximo do Sol, está a “apenas” 57,9 milhões de quilómetros. E o nosso sistema solar é um grão de areia na enorme praia da nossa galáxia, a Via Láctea, que tem cerca de 200 biliões de estrelas! O nosso sistema solar é um pequenino bairro da periferia da nossa galáxia. À velocidade da luz, demorar-se-ia 100 mil anos a atravessar esta gigantesca “cidade”! E os astrónomos calculam em 125 biliões o número de galáxias existentes!

Quando a Humanidade terrena começou a tomar consciência desta esmagadora realidade envolvente, o Universo pareceu um incomensurável deserto estéril. Um vento glacial no Vazio. A ideia de um Deus e de um Paraíso localizados acima das nuvens foi destronada e semeou em muitos a descrença.

Deus parece, à primeira vista, incompatível com as descobertas científicas, e com a Astronomia em particular. Para os Espíritos (e para os espíritas), antes pelo contrário! Um big-bang, gases que se condensam e forma os corpos celestes e tudo o que neles há de material, um cosmos cheio de corpos celestes e mil segredos ainda por descobrir, um Universo infinitamente grande e em expansão, a possibilidade dos universos paralelos, as dimensões de eternidade, em que tempo e espaço se confundem, todo esse gigantesco campo de estudo, é para a nossa filosofia muito mais consentâneo com a glória e sabedoria divinas!

Como parece mesquinha, quando se tem uma pálida ideia do Universo, do infinitamente grande ao infinitamente pequeno, a concepção de um Deus pairando acima do nosso minúsculo planeta, vigiando, cioso, a Humanidade terrena… Como nos parece pretenciosa a ideia de todas estas maravilhas terem sido criadas para que as possamos eventualmente mirar à noite – se as luzes da cidade não no-las taparem…

Eis porque ainda tantas religiões voltam costas às descobertas da Astronomia, que
Apontam para que pode existir uma infinidade de mundos habitados nas mesmas condições que a Terra!

Há 152 anos, em O Livro dos Espíritos, revelação do mundo espiritual compilada e comentada por Allan Kardec, já se defendia o que a Ciência actual afirma e comprova sobre o Universo. Há indícios de vida fora da nossa esfera. De vida inteligente, esperaremos para ver. O Espiritismo afirma a existência de vida biológica e espiritual em todo o Universo. Não encontramos razão para este minúsculo grão de areia que é nossa querida Terra, ter sido o único mundo que Deus premiou com Vida. E cremos que estas deduções são ainda o início do entendimento da Criação. Quando se estuda, toma-se consciência da própria ignorância. Foi isso que fizemos neste seminário.

23.12.2009

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.