sábado, 14 de maio de 2016

Imaginemos que a morte não existia...

 

Estava aqui a pensar, a propósito de uma questão que uma leitora e amiga nos apresentou, acerca do Dia de Finados, no sofrimento que por estes dias atinge tanta gente. Haverá alguém, crente ou ateu, que não sofra com a ausência dos entes queridos que se foram?

O crente (seja ele católico, budista, espírita, evangélico, umbandista, racionalista cristão, etc.), sabe que a morte é uma separação temporária. Mas, ainda assim, é uma separação. E por isso, o crente sofre.

O ateu gaba-se de ser forte, e de por isso não precisar de acreditar em Deus e na imortalidade, que, segundo ele, são fábulas para gente ignorante e fraca. No entanto, ao ateu a ausência também dói. E por isso o ateu sofre.

Ao crente envolvem-no as incertezas do credo que abraça. Estarão os entes queridos bem, lá no Além? E se houver Céu e Inferno, para onde irá cada um dos seres amados? Como poderá um pai ser feliz na Eternidade sabendo que um filho foi precipitado nas chamas eternas, num suplício sem fim?

Ao ateu, tamanha injustiça parece indigna e covarde, imprópria de Deus, que lhe dizem ser suprema perfeição (e como não concordar com esse raciocínio do ateu?...).

Mas... imaginemos agora por um instante um cenário quase de ficção científica:

E se, após o corpo exalar o último suspiro, dele se desprendesse um outro corpo, igual ao que se findou, mas todo translúcido, luminoso e vivo? E se esse corpo fosse afinal o nosso corpo, e o que morreu apenas um invólucro temporário?

E se nesse processo de libertação do corpo que usámos na Terra, fôssemos ajudados por outros seres como nós, que outrora viveram na Terra, e que nos vêem esperar? Por familiares e amigos, por gente boa e amiga, em ambiente de alegria e júbilo?

E se fôssemos conduzidos a lugares de esplendor e harmonia, no meio de uma paz completa, calorosamente saudados, no término da nossa viagem no mundo material; e se nos fosse dado repousar e retomar uma vida ainda mais activa que na Terra, uma vida de trabalho e estudo, de cooperação e progresso?

E se fosse assim?...

Parece ficção científica, é certo! Mas os telemóveis e os microondas também pareciam, há uns anos. E a ideia de a lua e as estrelas serem mais que pontinhos minúsculos a coruscar na abóbada celeste, também era antigamente inaceitável. E no entanto a Terra move-se (como diria Galileu)! E avança...

E, um dia, olharemos com ternura para as nossas ainda pobres concepções sobre a vida além da vida:

- Para os ateus, uma fábula pegada, de anjos e demónios, de deuses barbudos com raios de tempestade nas mãos a provocarem catástrofes na Terra para seu perverso recreio.

- Para os crentes, um labirinto de contradições, em que os teólogos ainda não decretaram em definitivo se o Inferno já está ocupado ou se alguma vez o será - se é que existe. E se o Céu é de acesso imediato ou só abre no Dia do Juízo Final, o que equivale a não se saber se ficamos a dormir até esse dia ou se vamos já para um dos destinos disponíveis - Céu, Inferno e Purgatório - agora que o Limbo foi encerrado! E em boa hora, que era uma afronta à inteligência humana!

Imaginemos então que a morte não existia... Imaginemos que o cenário acima traçado era a realidade...

Boas notícias: é a realidade! E a realidade supera sempre a ficção...


 
Na imagem: uma cena do filme "Nosso Lar", baseado na obra homónima do Espírito André Luiz, psicografado por Chico Xavier.
 

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