sábado, 14 de maio de 2016

Boas Férias!

"Aquele que sabe o que é o suficiente, terá sempre o suficiente."
Lao-Tze


É Verão no hemisfério norte. É período de férias para boa parte das pessoas. Uma pausa no trabalho é muito bem-vinda, e é um direito relativamente recente dos trabalhadores, que até há algumas décadas não beneficiavam de férias, fins-de-semana, subsídios de desemprego ou assistência na doença.
 
As férias, idealmente, deveriam ser um período de repouso, de mudança de ares, de renovação interior. Contudo, a mentalidade materialista vigente tende a fazer das férias mais uma orgia de consumo. A ideia de que "muito" é sempre sinónimo de "melhor" molda-se como uma luva aos excessos que se vão tornando imagem de marca dos períodos de férias. 
 
A palavra de ordem desta época é mesmo o "muito"... Comer muito, beber muito, dançar muito. Também muitos medicamentos para as indigestões, para as ressacas, muitos estimulantes para combater o sono - pois é preciso aguentar o "ritmo"... Aumentam os acidentes rodoviários, por via do álcool e da excitação. Aumentam as brigas, pelos mesmos motivos. Causam-se danos ao organismo, motivados pelos excessos. Paradoxalmente, a ânsia de diversão descamba em angústia e insatisfação.
 
Esta é uma das facetas da filosofia materialista, que:
- põe toda a felicidade na satisfação das necessidades corpóreas e dos instintos básicos;
 
- afirma que só há uma vida, e que é preciso "aproveitá-la bem";
 
- não estabelece limites claros entre o certo e o errado, dando primazia à busca do prazer.

O Espiritismo, como filosofia espiritualista que é, afirma exactamente o contrário, ou seja:

- a felicidade terrena advém da satisfação das necessidades materiais essenciais e da consciência tranquila;
 
- somos seres eternos e vivemos muitas vidas terrenas, nas quais devemos dar prioridade ao nosso aprimoramento interior;
 
- as leis divinas ou naturais estabelecem regras que, se cumpridas, nos asseguram a paz interior e a felicidade possível neste mundo.

As leis morais são apresentadas no Capítulo III de O Livro dos Espíritos. A lei da conservação estabelece que devemos cuidar do nosso corpo, ferramenta essencial para o cumprimento da nossa missão. Devemos igualmente respeitar a integridade física do nosso semelhante.
 
Devemos atender às necessidades do corpo, sem o sacrificarmos. Comer, beber, dançar, tudo nos é lícito, na devida conta, que a Natureza estabelece. Mas devemos atender também às necessidades do Espírito, e essas não as vamos satisfazer apenas nos prazeres mundanos. Alimentar o espírito é cultivar os bons pensamentos, as boas acções, as boas leituras, a meditação a oração. 
 
O período de férias, e a quebra da rotina que este proporciona, pode ser excelente oportunidade para sintonizarmos mais profundamente com a Espiritualidade. Dessa forma, não precisaremos de "aguentar o ritmo", mas sim de abrandar o ritmo.

Dizem-nos os Espíritos, em O Livro dos Espíritos, que as leis de Deus estão inscritas na nossa consciência. Sabemos portanto, intuitivamente, a justa medida para a satisfação das necessidades do corpo e do Espírito. Abrandemos, contemplemos a Natureza, apuremos a nossa sensibilidade para ouvir a voz de Deus, que se faz presente em tudo o que nos rodeia.

Boas Férias!
 
 

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