Num dos muitos blogues que falam acerca deste tema, encontrámos uma
entrada muito interessante, pois contém muitos elementos
característicos do perfil do "jogador do copo" e relata uma experiência
também muito comum:
"Todos
nós sentimos curiosidade pelo mistico e mitos, pelo que ao mesmo tempo
nos fascina e nos amedronta. Uma das coisas que "usamos" é o tabuleiro
Ouija."
A autora do blogue é uma
adolescente apaixonada pela literatura de ficção fantástica, e pela
música "pesada", a condizer. Nos seus posts aborda histórias de deuses,
de fantasmas, de monstros, de tudo o que é bizarro e assustador.
O
tabuleiro "Ouija" é uma prancheta com uma espécie de "jogo do copo"
pronto a usar. A autora confessa que a possibilidade de contactar com o
Desconhecido a fascina e a amedronta, bem como a muitos jovens.
"O
tabuleiro Ouija pode ser uma experiencia muito interessante. Alguns
acreditam que é uma porta para o outro mundo, o mundo dos mortos, e
advertem para o seu uso indiscriminado. Mas a maior parte das pessoas vê
o tabuleiro Ouija como uma diversão inofensiva, especialmente se não
fôr levado a serio."
Mostra algum conhecimento do que é o tabuleiro "Ouija" e das opiniões correntes
acerca deste: é uma brincadeira, mas pode ter consequências sérias.
"Eu,
em adolescente, brinquei muito com este tipo de tabuleiro. Juntava um
grupo de amigos e levavamos horas a brincar. Não era o tabuleiro Ouija,
era o popular jogo do copo. Nada de especial se passava quando faziamos
estas "sessões". Nós faziamos as perguntas e algum de nós empurrava o
copo."
Sim, é
verdade; muitas vezes a brincadeira do copo é uma galhofa pegada. Os
participantes estão interessados em se assustarem mutuamente e em
enganarem o parceiro, forjando respostas "dos Espíritos".
"Até
que um certo dia, um professor faltou. Tinhamos um hora livre na escola
e não sabiamos o que haviamos de fazer. Então alguem se lembrou de
fazermos o jogo do copo. Uns foram fazer as folhas com as letras, as
palavras sim e não, bem e mal. Eu e uma colega fomos ao refeitorio pedir
um copo de vidro.
Juntaram-se umas 25 pessoas, a turma quase toda á
volta do improvisado jogo. Sentados no chão fizemos um circulo, ninguem
tocava no copo. Alguem se lembrou a "chamar o espirito" de um colega
nosso que tinha falecido havia pouco tempo.
Fizemos varias perguntas na
brincadeira e nada. O copo não se mexia. Estavamos todos concentrados no
copo, até que este levita a uns poucos centimetros do chão, começa a
tremer violentamente e se parte em mil pedaços pequenos. Ficamos
aterrorizados e cada um fugiu pra ser lado."
Cá
está... Desta vez a brincadeira foi a sério. Não foi pelo facto de
serem 25 pessoas, mas sim porque houve sintonia de pensamentos e vontade
de contactar o mundo espiritual.
Chamaram os Espíritos. Houve uma
manifestação e ficaram assustados. Aqui está o cerne da questão: pessoas
impreparadas podem ser presa fácil de Espíritos brincalhões que se
divertem a assustá-las. Ou podem atrair Espíritos em estados de
sofrimento, que acabam por se manifestar de forma traumatizante para os
participantes da sessão mediúnica.
"Durante
o resto do dia não fizemos mais nada a não ser falar sobre isso nas
aulas. Estavamos todos muito nervosos e excitados com toda aquela
experiência. Até que o nosso professor de historia, que era um bocadinho
excentrico, nos deu uma hipotese plausivel. A força da concentração foi
a responsavel pela subita "explosão" do copo. Todos nós temos força
telecinetica, uns têm-na mais desenvolvida que outros."
Esteve
bem, o professor, na nossa opinião. Tranquilizou os jovens. Mas o facto
de se dar um nome a um fenómeno não o explica. Temos um grupo à volta
de um copo, concentrado, a chamar um espírito. O copo estilhaça-se sem
ninguém lhe tocar. Certamente alguma relação tem que haver entre as duas
coisas. Ou então bastaria que nos concentrássemos, para que a "força da
concentração" fizesse libertar a nossa "força telecinética" de modo a
partirmos copos à distância. E todos sabemos que não é assim!
Até hoje acredito nisso, nada de espiritos malignos nem nada do genero.
Não
acredito em espiritos mas tambem não digo: Ver para crer. Prefiro
continuar a não acreditar. Mas adoro historias de terror e de fantasmas.
É
muito interessante, este depoimento, porque a autora, na sua
espontaneidade juvenil, deixa transparecer o raciocínio que muita gente
crescida faz: "é possível que exista, as evidências apontam para isso, mas eu escolho não acreditar".
E mesmo quando vêem, não acreditam...
3.1.09
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