sexta-feira, 13 de maio de 2016

Materializações de Espíritos


Um amigo manifestou-me o desejo de assistir a uma palestra no centro espírita. O tema versava as manifestações tangíveis de Espíritos, e, tratando-se de uma pessoa nada familiarizada com o assunto, confesso que não achei que fosse a palestra ideal. Ver Espíritos, ouvi-los, testemunhar manifestações físicas destes, é sempre algo que assusta quem desconhece que existe um mundo invisível para nós, habitantes da matéria densa. Os materialistas buscam causas rebuscadas e mais complexas que a existência do mundo espiritual. Os que se apegam ao simbolismo dos dogmas religiosos, ficam inquietos perante algo que contraria o conceito que têm do Além.

Em ambos os casos, tais fenómenos costumam cair no conceito de sobrenatural - do que não tem causas naturais. Para o Espiritismo, contudo, não existem fenómenos sobrenaturais. A Criação é obra de Deus. Como tal é perfeita e não carece de alterações das suas leis. Também os eclipses, as trovoadas ou os sismos eram considerados fenómenos sobrenaturais antes de se conhecer a sua explicação. Provocavam medo e interpretações supersticiosas que agora nos fazem sorrir.

Após a palestra, o meu amigo quebrou o silêncio pensativo a que se remetera:

“ - Vou contar-te uma coisa que nunca contei a ninguém. Quando era pequeno fui dormir a casa da minha avó. Estava deitado e senti que alguém se aproximava. Não via ninguém, mas via a impressão dos pés no tapete, e ouvia distintamente os passos. O visitante invisível sentou-se na cama e formou-se uma depressão no colchão, senti-lhe a respiração e a presença. Tive medo e fiquei muito impressionado. Até hoje.”

Estava aliviado, pois obtivera explicação para algo que não compreendia, e que por isso o inquietava.

É raro encontrar-se alguém que não tenha testemunhado casos semelhantes, quaisquer que sejam as suas convicções pessoais. O receio da reprovação alheia leva a que se opte pelo silêncio.

Os que obstam que é impossível aos Espíritos interagirem com os encarnados, que atentem nos testemunhos idóneos e nos estudos científicos de pesquisadores sérios.

Os que obstam que não é moralmente correcto o contacto com os Espíritos, que atentem em que eles ocorrem mesmo sem que os encarnados os desejem. E ocorrem desde os alvores da Humanidade.

Neste nosso mundo material, as pessoas bondosas comprazem-se no Bem. As pessoas menos boas fazem o contrário. Passando para o lado de lá da vida, o panorama não se altera. As manifestações e comunicações dos Espíritos são manifestações de gente como nós, que deixou o corpo carnal mas conserva a boa ou má índole.

Não são demónios, os Espíritos que provocam distúrbios ou dão comunicações indignas. São Espíritos ainda atrasados. Tão pouco são anjos os Espíritos que se comprazem no Bem, mas sim irmãos nossos que já lograram um estado evolutivo superior.

Jesus, no episódio bíblico da Transfiguração (Mateus, 17:1-13 Marcos, 9:2-13 Lucas, 9:28-36), conversa com Moisés e Elias, no alto do Monte Tabor. Simão Pedro, Tiago e João assistem, assustados e maravilhados. A figura de Jesus resplandece, e a mesma luz celestial rodeia as outras duas ilustres figuras. Moisés vivera há 1250 anos, Elias há 800 anos. Jesus, nosso muito amado Mestre, irmão e amigo, falou com os Espíritos.

O Espiritismo abre as portas à compreensão dos fenómenos mediúnicos. O Espiritismo retoma a prática mediúnica dos primeiros cristãos, exclusivamente com propósitos de pesquisa científica a bem do esclarecimento geral, auxílio fraterno a encarnados e desencarnados, e instrução moral.

Para quem estuda Espiritismo, tudo isto é ponto assente, mas a maior parte das pessoas, tal como este meu amigo, têm ideias pouco claras acerca do assunto. Daí que a palestra lhe tenha sido tão proveitosa e agradável.

16.12.2009



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