segunda-feira, 16 de maio de 2016

Expulsar "Demónios"

 
Se no Antigo Testamento não encontramos referências ao(s) Diabo(s), já o Novo Testamento acha-se pleno de referências passíveis de serem interpretadas dessa forma.

Um exemplo bastante conhecido é do acto de expulsar demónios. Note-se o plural. Os demónios, para a generalidade das religiões, serão "anjos caídos". A narrativa que serve habitualmente de base à doutrina dos anjos caídos é o famoso Apocalipse de João, um texto particularmente hermético, intrincado e simbólico. O Diabo é visto, consoante as conveniências, como a serpente de Adão e Eva; como Azazel, o executor das vontades Javé; como o Leviatã, um monstro marinho; e agora no plural, os demónios expulsos por Jesus.

São fontes diversas e nada claras para uma doutrina controversa. Os anjos, segundo as religiões, foram criados perfeitos e puros. Como conceber que tais seres possam ter vindo a converter-se em tentadores da Humanidade? Como aceitar que se tenham tornado maus, façam os outros sofrer e não sofram, eles mesmos? E como aceitar que Deus, a Soberana Justiça, tenha criado seres privilegiados como os anjos?

Os demónios que Jesus expulsava, no entender do Espiritismo correspondem aos daimon de Sócrates. Daimon em Grego significa Espírito. Os Espíritos são apenas seres como nós, temporariamente sem um corpo material. Os bons Espíritos, quando se manifestam junto dos homens, são vistos como anjos, e os maus como demónios. A palavra demónio, derivada do daimon Grego, passou a ter a conotação negativa que se conhece, designando os maus Espíritos, os Espíritos inferiores, atrasados, perversos.
 
No entanto, para o Espiritismo, todos os Espíritos evoluirão, mais tarde ou mais cedo. O Bom Pastor não quer que nenhuma ovelha se perca.

Cabe aqui perguntar: como expulsava Jesus os maus Espíritos?

Pelo ascendente moral. Não há nada de material que tenha efeito no mundo espiritual. Nem água benta, nem palavras sacramentais, nem sinais, nem símbolos, nem defumadouros, nem ralhetes, nem ameaças, absolutamente nada a não ser o ascendente moral. Eis porque os maus Espíritos se retiravam às ordens de Jesus. 
 
Há exorcismos que resultam, há mezinhas que resultam. Ou pelo medo que infundem em Espíritos ignorantes, ou pelo ascendente moral de quem intercede em favor da pessoa que se acha sob influência dos maus Espíritos. 
 
 
 

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