sexta-feira, 13 de maio de 2016

Telmo



Chama-se Telmo. É já bem mais alto que eu, e tem um abraço de tamanduá. É difícil convencê-lo de que os abraços não têm que ser proporcionais ao carinho que dedica às pessoas. E como o carinho é muito, corre o risco de quebrar as costelas a alguém.
 
Anda sempre a cantar. E como quem canta seus males espanta, os vários problemas de saúde de que padece parecem não lhe baixar a moral.
 
É possivelmente a pessoa mais feliz que conheço. Porque sabe viver. Não dá valor aos contratempos, às dores, às fadigas, aos maçadores que o querem arreliar. Canta, trabalha, diverte-se, toca e canta no grupo de música, anda de bicicleta de montanha às sextas-feiras de manhã, com um capacete amarelo, e cumprimenta-me sempre com entusiasmo. Vê sempre o lado bom das coisas e aproveita a vida nas coisas mais simples (que são as melhores, é sabido).
 
Tem idade mental de 8 anos, metade da idade do bilhete de identidade. O corpo, a organização cerebral, condicionou-o, nesta vida. O Espírito é antigo, como o de todos os habitantes da Terra, e pode ser surpreendentemente mais evoluído que o corpo que traz nesta reencarnação.
Cada um de nós reencarnou no país, na cidade, na família, e com o corpo de que necessita para levar a cabo mais uma bem sucedida jornada terrena. O Telmo parece sabê-lo intuitivamente.
 
 
7.6.13
 
Imagem ilustrativa

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