quarta-feira, 18 de maio de 2016

O Bem e o Mal - 2

 


O Deus dos Hebreus

O ser humano sempre teve a intuição de que existe algo que nos transcende. Os fenómenos naturais foram, desde sempre, atribuídos à intervenção de seres superiores que os supervisionariam. No Antigo Egipto, na Babilónia, na Gália dos Druidas, na Grécia e em Roma; entre os Maias, Incas e Astecas; no Oriente; o ser humano adivinhava um deus para as chuvas, outro para o sol, outro para fazer crescer as plantas, outro para o nascimento, outro para a morte, e por aí fora.
Os Antigos Europeus acreditavam que no Além, a que davam o nome de Hades. As pessoas que em vida tinham sido más, iam ara o Tártaro, uma dependência do Hades. As que tinham sido boas iam para os Campos Elíseos, outra dependência do Hades, onde moravam também os vários deuses, presumivelmente em acomodações dignas de sua condição superior.

Com os Hebreus foi um tanto diferente. Sob o comando de Moisés, o povo Hebreu recebeu a Primeira Revelação: o Deus Único.

No Antigo Testamento, no Livro do Êxodo, encontramos a odisseia desse povo que escapou à escravidão no Egipto e ficou a saber do Deus-Javé, Aquele Que É, o "Deus-sem-nome" que tanto intrigava os outros povos, habituados a imaginar deuses à imagem e semelhança do Homem.

Javé era Espírito, era Todo-Poderoso. A um povo rude, nessas épocas recuadas, foi difícil o entendimento desse Deus, que exige capacidade de abstracção. É famoso o episódio da adoração do bezerro de ouro. Enquanto Moisés recebia os Dez Mandamentos, a Lei Moral que rege a ética da Humanidade desde então, o seu povo depressa voltava aos costumes egípcios: fundem o ouro, esculpem um bezerro e adoram-no, pedindo que os favoreça. Os costumes antigos demoram a perder-se.

Estava ainda longe do entendimento dos Hebreus comuns a ideia de um Deus Bom. A imagem de Deus era ainda muito calcada na dos líderes políticos e militares, nessa época em que Poder era sinónimo de força bruta.

O Deus do Antigo Testamento tem uma imagem austera, por vezes mesmo mesquinha, quando exige formas especiais de ser adorado. Na época, não podia ser de outra forma.

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