segunda-feira, 16 de maio de 2016

A História de Gilgamesh e Huwawa

 
A antiga Babilónia, possuidora de uma cultura multifacetada e original, inscreveu no Património da Humanidade conceitos elevados de Direito, Agricultura, Astronomia e Arquitectura. Nas clássicas plaquinhas de barro cozido, em escrita cuneiforme, o primeiro poema épico conhecido foi escrito cerca de dois mil anos antes de Cristo - é dez séculos mais antigo que os mais antigos escritos bíblicos.
 
Um poema épico babilónio relata a história de Gilgamesh, o herói que vai ao bosque cortar madeira e acaba por travar um ardoroso combate com o monstro Huwawa. Corta-lhe a cabeça e leva-a a Enlil, o rei dos deuses. Mas este, ao invés de ficar feliz, fica extremamente contrariado, pois Huwawa era o seu encarregado de executar os "trabalhos sujos".
 
O cenário do bosque, na evolução do mito, acaba por se assemelhar bastante ao ambiente do Paraíso Perdido da narrativa bíblica. A árvore que Gilgamesh pretendia cortar era guardada por uma serpente, e o demónio Huwawa tem flagrantes semelhanças com a representação popular e a figura do "Diabo".

Note-se que na perspectiva bíblica, a presença de um satanás simbólico, representativo do cumprimento das ordens de Javé, o Deus Único, lentamente vai dando lugar a um Satanás mais individualizado, como mais à frente veremos.
 
A quem se interessar por esta temática sugerimos o livro The Old Enemy. Satan and the Combat Myth, da autoria de Neil Forsyth.
 
 
 
 
25.8.08

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