segunda-feira, 16 de maio de 2016

Em Busca do Diabo Perdido




Propusémo-nos procurar as origens da figura mítica a que na cultura popular se chama "Diabo". Segundo a opinião de alguns historiadores, não há uma origem única. A figura que acabou por simbolizar o Mal na cultura Ocidental terá sido inspirada em várias divindades do mundo Antigo.

Antes de Moisés e do advento do monoteísmo, o panteão dos Antigos integrava vários deuses, cada um com as suas características, benévolas e malévolas. Nenhum era inteiramente bom nem inteiramente mau. Todos reflectiam características humanas, e nós, humanos, temos todos as nossas qualidades e defeitos. Os deuses eram, pois, criados à imagem e semelhança dos homens.

Era o caso de Seth e de Hórus, deuses do Antigo Egipto (na imagem).
Seth era o deus da violência e da desordem, da traição, do ciúme, da inveja, do deserto, da guerra, dos animais em geral e das serpentes. Era um deus particularmente temperamental, e nada simpático. Contudo, sendo também o deus da tempestade, os egípcios rendiam-lhe homenagens em períodos de seca.
 
Era assim que funcionava a relação entre homens e deuses: os homens ofereciam sacrifícios aos deuses em troca dos serviços destes.
 
Hórus era um deus bem mais agradável. Governava os ceús e os seus olhos representavam o sol e a lua. Batalhou arduamente com Seth e acabou por vencê-lo.

Temos portanto Hórus, um deus dos céus, com cabeça de falcão, que derrota um deus da desordem, Seth, habitualmente representado como cão, crocodilo, porco, burro e escorpião. Junte-lhe o pormenor das cores usadas para representar Seth - o preto e o encarnado - e temos um credível antepassado do "Diabo" das religiões.

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