segunda-feira, 16 de maio de 2016

O Lotã e o Leviatã

 
Os Cananeus, também vizinhos dos Hebreus durante séculos, possuíam igualmente na sua mitologia abundantes histórias de combates. O deus Baal, por exemplo, teria defrontado toda a espécie de adversários, desde monstros de sete cabeças a monstros marinhos, como Yamm, e, num deles, teria derrotado Lotã, que significa "aquele que se torce", ou a serpente.
 
 
No famoso episódio do Jardim do Éden, no Génesis bíblico, aparece-nos uma serpente. Em todo o Antigo Testamento nunca é dito que a serpente seja o Diabo.
 
No final do Novo Testamento, no Apocalipse de João, aí sim, aparece essa afirmação. Segundo alguns estudiosos, na escolha do texto do Apocalipse de João para integrar a Bíblia, terá pesado o critério de conter essa passagem, e ajudar assim a colmatar a ausência do Diabo no Antigo Testamento.
 


Note-se que diversas figuras da narrativa bíblica são geralmente identificadas como o Diabo, caso do Leviatã, o monstro das águas que as iluminuras medievais representavam como um peixe gigantesco.
 
O Leviatã é muito provavelmente uma reminescência do Lotã e do Yamm dos Cananeus.
Há várias figuras na Bíblia que se tem tentado assimilar ao Diabo. Contudo, nenhuma delas se compara às descrições que as religiões têm feito deste. Seja a serpente do Éden, seja o Leviatã, sejam outros seres que aparecem episodicamente na Bíblia, nenhum é, definitivamente, o Diabo.
 
 
27.8.08


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